De reforma tributária a ESG, especialistas da CNC, Federações, Congresso e setor privado traduziram desafios em agendas objetivas para os sindicatos.
Nesta quinta-feira (10 de julho), o Sicomércio 2025 reuniu especialistas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de Federações Estaduais e Nacionais, do Congresso Nacional e do mercado privado para discutir desafios atuais, como a regulamentação da reforma tributária à implantação de práticas ESG. Com programação ancorada em soluções práticas, o Sicomércio 2025 converteu debates de alta complexidade em roteiros de ação: cada sindicato voltou às suas bases com metas claras, ferramentas concretas e inspiração renovada para fortalecer as empresas que representa.
Direito e Relações do Trabalho
O advogado Roberto Lopes (Diretoria Jurídica e Sindical — DJS/CNC) revisitou o Tema 935 do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçando que a contribuição assistencial alcança todos os empregados, desde que garantido o direito de oposição. Ivo Dall’Acqua Jr. (presidente executivo da Fecomércio-SP) e Luciana Diniz (advogada da DJS/CNC) mostraram como indicadores de produtividade fortalecem cláusulas salariais.
Thaís Peters Soares, Carlos Pereira e Larissa Rosa (analistas da Diretoria de Relações Institucionais — DRI/CNC) mapearam os prós e contras das PECs 221/2019 e 8/2025, que propõem jornada semanal de 36 horas.
Na cartilha Trabalho em Feriados, o advogado Igor Farias (DJS/CNC) lembrou que as atividades essenciais seguem regidas pela Lei nº 605/1949, enquanto o comércio em geral depende de convenção coletiva. Cácito Augusto Esteves (advogado sênior da DJS/CNC) sugeriu roteiros claros de negociação em cada feriado.
Tributação e Fiscalidade
O consultor Gilberto Alvarenga e os analistas Reiner Leite e Heitor Cintra (CNC) destrincharam os PLPs 68/2024 e 108/2024, pilares da reforma tributária. Destacaram o split payment e alertaram que, de 2027 a 2032, empresas terão dupla escrituração — tributos atuais e novos —, exigindo forte investimento em TI e capacitação.
Reforma Administrativa
Ana Paula Pimenta e Maria Clara Bomfim (DRI/CNC), com apoio do dep. Zé Trovão (PL-DF), resumiram quase um século de tentativas de modernizar o Estado — da reforma daspiana (1930) à PEC 32/2020. Argumentaram que 94 % do orçamento já é engessado, a produtividade patina desde 1980 e o gasto com o Judiciário é quatro vezes a média de pares globais. A proposta da CNC defende: avaliação por desempenho, redução drástica de carreiras, proibição de supersalários, estabilidade restrita às funções de Estado e revisões salariais condicionadas à saúde fiscal. O presidente da Câmara, dep. Hugo Motta (Republicanos-PB), promete relatório até 14 de julho, mantendo diálogo com o setor produtivo e pauta de equidade de gênero.
Economia e Finanças
O economista-chefe Fabio Bentes (CNC) projetou alta de 3,6% no varejo e 2% em serviços para 2025, com turismo acima da média, mas alertou para inflação se o dólar seguir perto de R$ 5,05. Destacou o IOF (4,3 % da arrecadação federal) e avaliou a tarifa de 50 % dos EUA sobre aço, alumínio, café e suco de laranja; em contrapartida, celebrou a reta final do acordo Mercosul-UE. Ana Carolina Tolocka (BB Asset) e os analistas Roberto Santos e Patrícia Andrade aconselharam manter liquidez em fundos DI até que a Selic recue com firmeza.
Governança, Compliance, Comunicação e Marketing
Cleise Anne Paiva Alonso (DPO – CNC), Camila Blanco e Beatriz Primay explicaram o passo a passo de adequação à LGPD.
Liliana de La Torre (Comunicação) e Mariana Arca (Planejamento) mostraram como transformar dados em narrativas, citando o Spotify Wrapped e o dashboard da Fecomércio-RS.
O trio Fábio Louzada, Isis Chaby e Alice Lima apresentou o ciclo Produto–Marketing–Vendas, já com 700 soluções mapeadas, sites responsivos gratuitos, o assistente Mercurito e a jornada Performe Mais.
Liderança e Diversidade
Laura Andrea Paiva (CBMEC), Cássia Ximenes (Secovi-MG) e Andrea Marins (CNC) lembraram que só 18% dos cargos diretivos sindicais são ocupados por mulheres e defenderam metas de paridade e programas de mentoria.
Atuação Institucional como Produto Sindical
O ex-senador Cássio Cunha Lima, a diretora Nara de Deus e o coordenador Felipe Oliveira (DRI/CNC) falaram sobre como estruturar a defesa de interesses como serviço de alto valor, atuando nos três Poderes e nas três esferas.
Desenvolvimento Institucional e Serviços
Ana Márcia Varela (Sesc-DN) e Antonio Henrique (Senac-DN) integraram programas de educação e saúde à estratégia sindical. Victor Coutinho Machado lançou o Programa Sesc Saúde Integral do Trabalhador. Anderson Córdoba, Anna Beatriz Waehneldt e Gabriela Braga detalharam o Senac Empresas, enquanto Mateus Dornelas e João Pedro Braga apresentaram o Programa Atena.
Tecnologia e Inovação
Andriei Gutierrez (Fecomércio-SP) e João Gabriel Bezerra (CNC) explicaram que chatbots bem treinados reduziram em 35 % o tempo de resposta ao associado, mas frisaram: “IA sem estratégia não entrega resultados”.
Sustentabilidade e ESG
No painel Ações Práticas de Sustentabilidade, Francisco Nilson (Instituto Contracultura), Cássia Marques e Thainy Bressan (AGR/CNC) definiram sustentabilidade como eficiência operacional de longo prazo. O Radar ESG converte métricas ambientais, sociais e de governança em projetos concretos de eficiência energética, cadeias de baixo carbono e inclusão social — receita para transformar representação em resultados tangíveis.
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