Palestrante destacou as transformações comportamentais e a necessidade de aceitar as mudanças
Em uma palestra bem-humorada e instigante especialmente preparada para a Sicomércio 2025, o professor e pesquisador Dado Schneider conduziu nesta quarta-feira o painel “Inovação: O Futuro mudou… bem na minha vez”. Com um estilo descontraído, ele levou o público a refletir sobre o perfil das novas gerações e as constantes transformações do cenário contemporâneo.
Com décadas de experiência em publicidade, criação de marcas e estudos sobre comportamento e tecnologia, Dado ressaltou que o verdadeiro problema não é envelhecer, mas se manter resistente a compreender o novo. “A Geração Z não se interessa por como se vivia no século passado. Enquanto isso, o ambiente profissional ainda está preso a modelos da Revolução Industrial. Esse abismo precisa ser compreendido e superado”, avaliou.
O especialista apresentou conceitos como a passagem de uma estrutura vertical de sociedade — típica do século XX, baseada em autoridade, hierarquia e obediência — para a visão mais horizontal no século XXI, marcado pelo anseio por diversidade, inclusão, sustentabilidade e colaboração. Essas mudanças impactam diretamente não só o trabalho, mas também a maneira como diferentes gerações se relacionam e consomem.
Sobre os mais jovens, ele afirmou que já chegam ao mercado sem reconhecer as formas tradicionais de autoridade. Por isso, as organizações devem se ajustar ao novo perfil de profissionais, sob risco de perder talentos e relevância.
Público mais longevo
Outro ponto forte da palestra foi a reflexão sobre o aumento da longevidade e seu impacto na percepção e planejamento da vida. “A medicina está nos levando a viver até 100, 110 anos, o que transforma completamente a forma como encaramos carreira, casamento e envelhecimento”, observou, ressaltando que “somos adultos inéditos”, pois devemos viver 30 a 35 anos a mais do que os nossos avós.
Dado também chamou atenção para a tecnologia, especialmente a inteligência artificial, como ferramenta transformadora que não deve ser temida, mas sim aproveitada pelos mais velhos. “A IA foi feita para gente mais velha. Não precisamos programar, só saber perguntar, já que temos maior repertório para isso”, afirmou, incentivando a superação da resistência.
Com muito humor, o palestrante encerrou com uma mensagem marcada pela leveza: “Mudar não é necessariamente gostar do que está acontecendo. Mudar é entender e aceitar a realidade em que vivemos”.
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