O Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) completa 70 anos de história, neste domingo (10). Criado em 1955, o colegiado nasceu com o objetivo de reunir o setor privado e o poder público na construção de um turismo forte, capaz de gerar emprego, renda e integração social. Desde então, tornou-se um dos mais importantes fóruns de debate e formulação de propostas para políticas públicas voltadas à atividade turística no Brasil.
O Cetur foi criado no contexto de reorganização econômica e social do País no pós-Segunda Guerra Mundial, quando a CNC vislumbrou no turismo um vetor estratégico de desenvolvimento. Desde seus primeiros anos, o conselho adotou uma postura proativa na defesa do setor, participando de articulações que moldariam a estrutura institucional e legal do turismo brasileiro.
O conselho hoje reúne 32 associações empresariais nacionais e câmaras e conselhos de turismo das 27 Federações do Comércio dos Estados e do Distrito Federal, formando uma rede ampla e integrada em todo o País. Entre os pilares de atuação estão o relacionamento institucional, a defesa de interesses, a produção de estudos técnicos e a promoção de eventos estratégicos.
Pioneirismo e primeiros marcos históricos
Ainda na década de 1950, o Cetur já se destacava pelo protagonismo. Foi um dos primeiros a defender oficialmente o reconhecimento do turismo como atividade de relevância nacional, organizando os Congressos Brasileiros de Turismo, eventos que reuniam lideranças empresariais, autoridades e especialistas para discutir diretrizes do setor.
Na década seguinte, o Cetur contribuiu para estruturar as primeiras normas e políticas públicas de turismo, quando a atividade começava a ser tratada de forma mais organizada pelo Estado brasileiro.
Nos anos 1970, acompanhou e incentivou grandes investimentos em infraestrutura turística, como a Via Costeira, no Rio Grande do Norte, que simbolizou o esforço de regionalização e promoção de novos destinos, sobretudo no Nordeste.
O Cetur manteve-se como elo entre empresários e governo, fomentando a ampliação da rede hoteleira e a criação de produtos turísticos integrados.
Consolidação institucional e políticas de Estado
A década de 1980 foi marcada por instabilidade econômica, mas também pelo reconhecimento do turismo como gerador de emprego e renda. O Cetur seguiu defendendo o setor, participando de debates sobre políticas de incentivo e promoção.
Nos anos 1990, com a globalização e a abertura econômica, o conselho esteve na linha de frente da modernização do turismo, estimulando a profissionalização, a qualificação da mão de obra e o uso de novas tecnologias, além de apoiar a promoção internacional do Brasil como destino competitivo.
Na década de 2000, o turismo alcançou novo patamar institucional. O Cetur foi peça-chave na articulação para a criação do Ministério do Turismo e na aprovação da Lei Geral do Turismo, sancionada em 2008, que estabeleceu diretrizes e regulamentações para toda a cadeia produtiva do setor. Também apoiou a criação do Conselho Nacional de Turismo e do Fundo Geral de Turismo, reforçando a governança e a capacidade de investimento.
Atuação estratégica e defesa de pautas prioritárias
A atuação do Cetur se caracteriza pela defesa de temas estratégicos para o fortalecimento do turismo brasileiro.
Entre as pautas defendidas estão a política de isenção de vistos para turistas internacionais; a regulamentação das plataformas digitais de hospedagem para garantir isonomia com o setor hoteleiro; a manutenção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse); a adoção de alíquotas diferenciadas para o turismo e serviços; o incentivo ao trabalho intermitente para ampliar a empregabilidade; a segurança jurídica como atrativo para o capital estrangeiro; e políticas para promoção e concessão de áreas de interesse turístico e parques naturais.
Em 2020, diante da crise causada pela pandemia de covid-19, o Cetur liderou articulações com o governo federal para garantir medidas emergenciais, como o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), que assegurou a sobrevivência de milhares de empresas e a preservação de empregos no setor.
Programas de fortalecimento e inovação
Nos últimos anos, o Cetur reforçou sua atuação estratégica com o lançamento do programa Vai Turismo – Rumo ao Futuro, uma agenda de recomendações para inserir o turismo de forma contínua nas políticas públicas, com participação de mais 300 instituições em todo o País.
Como inovação, foi criado o Painel Vai Turismo, ferramenta inédita que acompanha e analisa políticas estaduais, promovendo transparência, inteligência de dados e maior competitividade para os destinos nacionais.
A campanha Turismo Responsável – A Responsabilidade é de Todos é outro exemplo do compromisso do Cetur com o desenvolvimento sustentável e a ética no setor. A iniciativa reforça aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG), alinhando a atividade turística aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas).
Celebração e reconhecimento nacional
Para celebrar as sete décadas de atuação, a CNC e o Cetur promovem, neste mês de agosto, o lançamento de um selo postal comemorativo em parceria com os Correios.
O selo apresenta design moderno e minimalista, com o número 70, o logotipo do Cetur e o mapa do Brasil, integrados às cores azul e mostarda que remetem à identidade visual da CNC.
A história completa dessas sete décadas de atuação está registrada no livro Turismo no Brasil, publicação da Confederação que reúne dados, análises e depoimentos sobre o papel do Cetur na evolução do setor.
O conteúdo está disponível gratuitamente no endereço: https://turismonobrasil.cnc.org.br/
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