Fazenda lança Relatório de Crédito para dar transparência e consolidar dados do setor

Publicação semestral da Secretaria de Reformas Econômicas apresenta panorama claro do mercado de crédito brasileiro, para subsidiar políticas de regulação e redução do spread bancário

 

A Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda publicou na segunda-feira (8/9) o Relatório de Crédito, documento que reúne e organiza informações sobre o mercado de crédito no Brasil. A primeira edição apresenta dados até julho de 2025 e será base para diagnósticos e futuras políticas microeconômicas e de regulação financeira.

Segundo o coordenador-geral de Regulação do Sistema Financeiro da Fazenda, João Paulo Borges, o relatório utiliza séries temporais divulgadas pelo Banco Central. “O diferencial do relatório é que ele condensa e dá um tratamento didático para informações que já existem. Não criamos uma nova informação, mas um documento único para ter uma ideia geral, um panorama do mercado de crédito brasileiro no período de um semestre”, explicou.

O documento apresenta indicadores sob três atributos principais: pessoa física e jurídica, operações com e sem garantia e recursos livres ou direcionados. O relatório revela que, em geral, os créditos de recurso livre têm uma volatilidade maior do que os créditos de recurso direcionado. O mesmo acontece nos recursos com ou sem garantia.

“Quando o crédito trabalha com alguma garantia específica, a gente observa uma menor volatilidade e, também, uma taxa de juros mais baixa, até porque há uma garantia atrelada a essa operação”, observou Borges. Já nos casos de indicadores de operações de crédito sem garantia, em geral ligados ao crédito à pessoa física, ocorre uma volatilidade maior, com taxa de juros maior.

Redução do spread

O Relatório de Crédito foi desenvolvido por meio do software estatístico R, que captura e reúne diversas informações divulgadas pelo Banco Central em um único documento, de forma automática. “Destacam-se as informações compiladas de produtos de crédito com e sem garantia, fator de avaliação importante para a agenda da SRE de redução do spread bancário”, salientou o técnico da Secretaria responsável pelo desenvolvimento do relatório, Fabio Augusto Scalet Medina.

Segundo Medina, como se trata da primeira edição do Relatório, a SRE avalia melhorias futuras, para que ele se torne uma fonte de consulta e diagnóstico do mercado de crédito brasileiro.

João Paulo Borges apontou que, embora traga informações consolidadas, a publicação ainda não se aprofunda em análises qualitativas: “O Relatório não apresenta conclusões específicas, mas apenas um panorama. Para as próximas publicações, esperamos agregar uma avaliação qualitativa”.

Impactos e transparência

Entre os próximos passos, a SRE pretende avaliar os impactos de políticas já implementadas, como o novo consignado privado, além de aprofundar o monitoramento de operações com garantias. “Temos uma agenda que vem tratando de melhorias das performances das garantias, da interoperabilidade. Com isso, esperamos incentivar políticas que ampliem a concessão de crédito com garantia e, eventualmente, reduzam os custos de taxa”, adiantou.

A Secretaria de Reformas Econômicas também trabalha essas informações junto com o Conselhão, no Grupo de Trabalho de Spread, que tem 40 recomendações para a redução do spread bancário no país. “Dependendo de como essas recomendações vão sendo adotadas ao longo do tempo poderemos também fazer uma avaliação de impacto, ou com base na análise dos indicadores, fazer uma priorização ou o fomento de algumas dessas recomendações”, explicou.

De acordo com Borges, a publicação semestral vai permitir o acompanhamento contínuo dos indicadores. “O fundamental é dar à sociedade a transparência sobre o que a SRE está avaliando dos indicadores em geral, para tomar isso como base para as reformas que pretendemos fomentar, além de avaliar o impacto das reformas que já foram implementadas”, enfatizou.

Ele acrescentou que, por ser a primeira edição, também foram incluídos dados de julho, sétimo mês do ano. Nas próximas publicações, no entanto, as informações serão semestrais. A previsão é de que o próximo Relatório de Crédito da SRE seja publicado em janeiro de 2026, com os dados até dezembro deste ano. 

Fonte: gov.br/fazenda/pt-br

Imagem: Internet

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