Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto de abril, maio e junho desacelerou na comparação com os três primeiros meses de 2025
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025, na comparação com os três primeiros meses do ano, na série com ajuste sazonal. O resultado, divulgado, nesta terça-feira (2/9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em linha com a projeção da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda e ligeiramente acima da mediana das estimativas do mercado, de 0,3%.
A economia brasileira apresentou sinais de moderação em praticamente todos os setores no segundo trimestre de 2025. Pela ótica da oferta, a agropecuária registrou leve recuo de 0,1%, após o crescimento expressivo de 12,3% no início do ano. A indústria avançou 0,5% e mostrou recuperação em relação ao desempenho anterior, marcado pela estagnação. Já os serviços mantiveram trajetória de expansão, com alta de 0,6%, acima da variação de 0,4% do trimestre passado.
Do lado da demanda, o consumo das famílias continuou em alta, mas em ritmo mais contido: cresceu 0,5% frente a 1,0% no trimestre anterior. O consumo do governo, por sua vez, recuou 0,6% depois de permanecer estável no início do ano. Os investimentos também perderam fôlego, com queda de 2,2% após seis trimestres consecutivos de expansão. No comércio exterior, as exportações avançaram 0,7%, abaixo dos 3,1% do período anterior, enquanto as importações caíram 2,9%, revertendo a forte alta de 5,5% registrada nos primeiros três meses do ano.
O balanço dessas variações apresentou impacto negativo da absorção doméstica, que retirou 0,2 ponto percentual do resultado do PIB, depois de ter contribuído positivamente em 1,2 ponto no trimestre anterior. Já o setor externo ajudou a sustentar o crescimento, revertendo a contribuição negativa do início do ano e somando 0,7 ponto percentual ao PIB, movimento explicado sobretudo pela queda das importações. A variação dos estoques, por outro lado, teve influência levemente negativa, de 0,1 ponto percentual.
Interanual
Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB brasileiro cresceu 2,2% no segundo trimestre de 2025. O resultado representa uma desaceleração em relação à alta de 2,9% registrada nos três primeiros meses do ano, mas ficou em linha tanto com as expectativas do mercado quanto com a análise da SPE.
Entre os setores produtivos, a indústria foi a que mais perdeu ritmo, enquanto a agropecuária e os serviços mantiveram desempenhos próximos aos observados no trimestre anterior. A agropecuária cresceu 10,1%, sustentada por safras recordes de milho, soja, arroz, algodão e café, além da pecuária. A indústria avançou 1,1%, menos da metade do crescimento registrado no início do ano, refletindo a desaceleração da construção e a queda na geração de energia e gás.
A indústria de transformação ficou estável, mas a extração de minério de ferro, petróleo e gás natural impulsionou a indústria extrativa. Já os serviços cresceram 2,0%, levemente abaixo do trimestre anterior, com destaque para transportes, armazenagem e atividades financeiras, que compensaram o menor dinamismo de comércio, serviços imobiliários e de utilidade pública.
Pelo lado da demanda, também houve sinais de perda de fôlego. O consumo das famílias avançou 1,8% em relação ao ano anterior, abaixo da taxa de 2,6% do primeiro trimestre, refletindo a menor expansão da massa salarial e do crédito, especialmente para bens duráveis. O consumo do governo cresceu apenas 0,4%, após alta de 1,1% no trimestre anterior. Os investimentos aumentaram 4,1%, mas em ritmo menor que no início do ano, devido à desaceleração da construção, à queda na produção de bens de capital e à redução na importação de máquinas e equipamentos.
O setor externo teve papel mais relevante no trimestre. As exportações cresceram 2,0%, acelerando em relação ao primeiro trimestre, com destaque para produtos extrativos e industrializados, como veículos. As importações, por sua vez, subiram 4,4%, mas em desaceleração significativa frente ao crescimento de 14% observado anteriormente, o que ajudou a melhorar o saldo externo.
Perspectivas para o crescimento
Para o terceiro trimestre, o ritmo de crescimento projetado para o PIB na margem é pouco inferior ao observado para o segundo trimestre. Embora a desaceleração nas concessões de crédito venha se acentuando nos últimos meses, junto com o aumento nas taxas de juros bancárias e na inadimplência, o mercado de trabalho segue resiliente, podendo impulsionar a atividade junto ao pagamento dos precatórios e à recente expansão do crédito consignado ao trabalhador.
Ainda que a expectativa inicial seja de leve desaceleração na margem no terceiro trimestre, a estimativa de crescimento de 2,5% para 2025 tem leve viés de baixa devido à desaceleração mais acentuada do crescimento no segundo trimestre comparativamente ao esperado em julho e ainda em repercussão aos efeitos defasados e cumulativos da política monetária na atividade econômica.
Dentre os países do G-20 que já divulgaram o resultado do PIB do segundo trimestre, o Brasil ocupou a nona posição na margem, a sexta posição na comparação interanual e no acumulado em quatro trimestres.
Fonte: gov.br/fazenda/pt-br
Imagem: Internet
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