Painel no Seminário Turismo Responsável destacou papel estratégico de festivais e celebrações para gerar pertencimento e renda nas regiões
No dia 6 de agosto, durante o Seminário Turismo Responsável, realizado em Brasília, o painel Eventos que Movem Comunidades: Cultura, Identidade e Economia Local reuniu especialistas para discutir como festivais, festas populares, circuitos gastronômicos e ações educativas transformam territórios em destinos mais inclusivos, sustentáveis e economicamente ativos. O encontro foi uma iniciativa do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), com curadoria do Instituto Aupaba.
Participaram do debate Cristina Braga, musicista e fundadora do Festival do Vale do Café; Regina Tchelly, fundadora do Projeto Favela Orgânica; Beatriz Vidal, pesquisadora e artista do grupo Bonecões do Vale do Café; e Luana Cloper, CEO da LC Consultoria. O painel foi mediado pelo presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), Enid Câmara.
Desenvolvimento local
O objetivo do painel foi mostrar que iniciativas comunitárias não são “pequenas” no impacto: ao mobilizar saberes, destacar tradições e promover vivências genuínas, elas reforçam a identidade cultural e geram oportunidades.
Segundo Luana Cloper, eventos que contratam mão de obra local têm até 30% mais aceitação nas comunidades do entorno, conforme dados do Sebrae. “Quando a comunidade se sente ouvida, valorizada e incluída, ela apoia, participa, protege e divulga”, ressaltou.
Cloper ressaltou ações práticas para engajar territórios, como mapeamento sociocultural prévio, cotas para fornecedores locais, comunicação adaptada a canais comunitários e contrapartidas permanentes, como oficinas e revitalização de espaços culturais.
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Cultura e natureza
Cristina Braga apresentou o Parque Uaná Etê, no Vale do Café, que une música, natureza e práticas sustentáveis. O espaço realiza reflorestamento, reaproveitamento de materiais, coleta seletiva e compostagem, além de priorizar fornecedores locais e promover inclusão social. “Sem arte, não há prosperidade econômica possível”, afirmou.
O parque mantém programação cultural anual, com destaque para a Festa da Primavera e a Festa das Luzes, além de iniciativas como o primeiro labirinto de música do mundo e o Bosque de Sinos. Gastronomia e flora regionais também são valorizadas, como no preparo da Torta Floresta Atlântica e no resgate de ervas e flores locais.
Beatriz Vidal apresentou o Cortejo de Tradições, do Vale do Café, que reúne manifestações como jongo, capoeira, Folia de Reis, maculelê e os bonecões de Zé Pereira.
A proposta é transformar o turismo em canal de visibilidade para expressões populares, fortalecendo a transmissão de saberes e a identidade regional. “Narrativas culturais geram pertencimento e transformam territórios”, enfatizou.
Alimentação como ferramenta transformação
Regina Tchelly falou sobre “Educação Alimentar e Eventos como Ferramentas de Transformação Comunitária”. Ela compartilhou como oficinas, vivências e experiências gastronômicas comunitárias têm sido utilizadas para educar, mobilizar e empoderar populações urbanas, a partir da alimentação como expressão cultural, econômica e política.
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