Painel mostrou como a tecnologia e a inteligência artificial estão redefinindo as estratégias e ampliando as oportunidades no mercado brasileiro
Empresários e lideranças sindicais de todo o País prestigiaram o painel Inovação no Varejo, realizado durante o Sicomércio 2025, evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O debate reuniu o senior advisor da Stone, Augusto Lins, a diretora de Novos Negócios da TOTVS, Fernanda Mariano, e o diretor de Marketplace da Magalu, Kael Lourenço, sob a mediação do diretor de Economia e Inovação da CNC, Maurício Ogawa. Juntos, os especialistas discutiram como a tecnologia, a transformação digital e a inteligência artificial estão revolucionando a forma de fazer negócios no Brasil.
A inevitável mudança na maneira de pensar o varejo foi o ponto central das discussões. Para Augusto Lins, da Stone, inovar é mais do que uma escolha: é uma questão de sobrevivência no atual cenário de evolução do comportamento dos consumidores. “A única vantagem competitiva de longo prazo é a inovação. O cliente mudou, quer atendimento personalizado, agilidade e flexibilidade. As empresas precisam se adaptar ou ficarão para trás”, alertou.
Lins destacou ainda que o primeiro passo para as empresas se beneficiarem da inteligência artificial é integrar seus dados, superando o desafio das informações dispersas em diferentes áreas. “Sem integração, não há personalização e não se cria valor real para o cliente”, afirmou.
Representando a TOTVS, Fernanda Mariano reforçou a importância de olhar para a tecnologia como parte da estratégia de negócio. Ela apontou três pilares essenciais para qualquer empresa crescer: ampliar a base de clientes, melhorar o relacionamento com o consumidor e aumentar a eficiência operacional. “Hoje, mais de 80% das pessoas pesquisam on-line antes de comprar. Se sua empresa não está no digital, ela não existe para o consumidor”, avaliou.
Fernanda também apresentou casos práticos em que pequenas mudanças, com o apoio da automação e da inteligência artificial, geraram resultados expressivos, com o aumento das vendas e a redução dos custos. “A tecnologia tem que ser um meio para gerar eficiência e retorno sobre o investimento, mesmo para negócios menores”, preconizou.
Já Kael Lourenço, da Magalu, trouxe números que evidenciam o potencial ainda pouco explorado do comércio eletrônico no Brasil. “Enquanto na China o e-commerce já representa cerca de 50% das vendas no varejo, no Brasil esse índice está entre 15% e 20%. Isso mostra a enorme oportunidade de digitalização que temos pela frente”, disse.
Kael ressaltou que ferramentas como o marketplace e o delivery local oferecem aos pequenos e médios empresários a chance de ampliar sua atuação e atender clientes em todo o País. “Magalu é uma plataforma democrática: o pequeno vendedor pode, sem grandes investimentos, expor seus produtos para milhões de consumidores e contar com soluções logísticas e de pagamento integradas”, explicou.
Ele também mostrou como o uso da inteligência artificial em áreas como personalização de anúncios e resumos automáticos de avaliações de produtos tem aumentado a conversão de vendas.
O painel encerrou com um recado unânime: a tecnologia e a inteligência artificial já são realidade e devem ser acessíveis a todos os negócios, independentemente do porte ou segmento. Para os especialistas, o segredo está em dar o primeiro passo, buscar capacitação e, acima de tudo, manter o foco no cliente.
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