Haddad defende “reglobalização sustentável” e fortalecimento do BRICS em reunião de ministros das Finanças

Ministro destaca papel do bloco na construção de um sistema econômico global mais justo e no enfrentamento dos desafios climáticos e sociais

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, no sábado (5/7), no Rio de Janeiro, o protagonismo do Brics na construção de uma nova forma de globalização, baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental. A participação ocorreu na abertura da 1ª Reunião dos Ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais do Brics, sob a presidência brasileira, que este ano ocorre no Brasil.

“Precisamos promover um multilateralismo do século XXI. Esse novo multilateralismo nada mais é do que uma ‘reglobalização sustentável’ – uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo”, afirmou o ministro, destacando que o Brics reúne as condições e a legitimidade para liderar esse processo.

O encontro no Rio de Janeiro ocorre num momento de ampliação do bloco, que agora inclui Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, além dos membros fundadores – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Juntos, os países do Brics representam quase metade da população mundial, servindo como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas.

Multilateralismo e reformas

Haddad ressaltou a importância de soluções cooperativas para os desafios globais, como as mudanças climáticas e a desigualdade. “Não há solução individual para os desafios do mundo contemporâneo. Nenhum país isoladamente – por mais poderoso que seja – pode dar uma resposta efetiva ao aquecimento global, ou atender às legítimas aspirações da maior parte da humanidade por uma vida digna”, pontuou.

O ministro destacou três grandes ações da presidência brasileira no Brics: a ampliação do bloco, o avanço em propostas de reformas institucionais globais e o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).

Entre os destaques, Haddad celebrou as declarações conjuntas negociadas pelo grupo, incluindo o apoio à criação de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária. “Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo – uma condição para que os super ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos”, afirmou.

Outra iniciativa anunciada foi a “Visão do Rio de Janeiro para o FMI”, um documento que propõe tornar o Fundo Monetário Internacional mais representativo e alinhado à atual configuração econômica global. “Atuando juntos, nós podemos ampliar a voz dos países emergentes e em desenvolvimento no FMI. Podemos ainda promover uma governança mais justa e transparente dessa instituição, que continua sendo fundamental como o centro da rede de proteção financeira global”, comentou.

Finanças, clima e inclusão social

Segundo o ministro, as prioridades da presidência brasileira do Brics estão estruturadas em três frentes interligadas: econômica, climática e social. No campo econômico, Haddad enfatizou a agenda de facilitação do comércio e investimento entre os países do bloco, além do avanço nas discussões sobre parcerias público-privadas, tributação e aduanas, “com especial atenção à tributação de indivíduos de altíssima renda”.

Na agenda climática, ele destacou o compromisso do Brasil e do Brics com o financiamento da transição ecológica, citando o “Tropical Forest Forever Facility (TFFF na sigla em inglês)”, uma iniciativa inovadora para preservação de florestas tropicais. “Estou convencido de que o Brics pode desempenhar um papel decisivo em sua criação, com um anúncio de grande impacto durante a COP 30”, declarou.

No aspecto social, Haddad mencionou os esforços para mobilizar recursos públicos e privados visando à segurança alimentar, proteção social e geração de oportunidades econômicas inclusivas.

Fortalecimento do NDB

O ministro da Fazenda também ressaltou o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), criado em 2014, que segundo ele, ganhou “nova dimensão geoeconômica”, sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff. “O Brasil entende que esta cúpula consolida o lugar do banco como formulador, coordenador e implementador de investimentos estratégicos e políticas públicas inovadoras em nossos países”, disse.

Ao final do discurso, Haddad reafirmou o compromisso do Brasil com a estabilidade e o desenvolvimento sustentável em meio às incertezas do cenário internacional. “Nossas instituições demonstraram resiliência diante de desafios internos, enquanto nossa economia continua a expandir, mesmo diante das turbulências internacionais. Nossa indústria segue em desenvolvimento, sempre alinhada a princípios de responsabilidade social e ambiental”, ressaltou.

Para Haddad, o Brasil e o Brics caminham para se consolidarem como referência em um mundo em transformação. “Em parceria com o Brics, almejamos consolidar-nos como um porto seguro em um mundo cada vez mais instável. Serenidade e ambição são, portanto, as marcas da nossa presidência”, disse o ministro.

Fonte: gov.br/fazenda/pt-br

Imagem: Internet

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