Mesmo com avanço pelo quarto mês consecutivo, expectativa dos varejistas para o futuro reflete incertezas
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que o varejo brasileiro vem retomando parte do otimismo perdido no início deste ano. Pelo quarto mês consecutivo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou alta, desta vez de 0,6%, na comparação com junho, já descontados os efeitos sazonais. Apesar do saldo positivo, o patamar é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (-3,1%).
Entre os três componentes que integram o Icec, o destaque do mês ficou com o que mensura a confiança nas Condições Atuais (da economia, do setor e da empresa), que cresceu 1,5% frente aos 30 dias anteriores. Já o de Expectativas, que serve de termômetro da visão sobre o futuro, recuou 0,1%, sendo a única baixa no comparativo com junho. Intenções de investimento, por sua vez, subiram 0,7%.
Colocados lado a lado os resultados de agora com os do período equivalente em 2024, verificou-se que a maior retração ocorreu justamente em Condições Atuais, subindicador que caiu 6,1%, puxado pela avaliação da economia (-12,5%). O subindicador relativo às condições econômicas, mesmo com alta na variação mensal de 0,4%, segue com o pior desempenho na análise anual, de 62,3 pontos, considerando o ajuste sazonal.
“A recuperação gradual da confiança do empresário do comércio reflete um esforço do setor em se adaptar às incertezas do ambiente econômico. É fundamental que o País avance em reformas estruturantes e em medidas que promovam segurança jurídica e previsibilidade, para que o setor produtivo possa se planejar melhor”, avalia o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Melhora da disposição em investir
O estudo também mostrou que as intenções de investimento do empresariado melhoraram em relação há um ano: a pretensão de contratar funcionários, um dos subitens aferidos, cresceu 1,6%. Além disso, a disposição para investir na empresa pontuou 1,1% acima do mês passado.
“A maior disposição para investir está ligada a um cenário de consumo mais aquecido, com os consumidores mais propensos a comprar, o que anima os empresários a reforçar seus quadros e ampliar seus negócios”, explica o economista da CNC João Marcelo Costa.
Varejo de bens duráveis ainda cético
Considerando o comparativo anual por segmento do comércio, todos os nichos apresentaram algum nível de retração na confiança, sendo o varejo de bens duráveis (eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, materiais de construção e veículos) o mais afetado (-4,6%). Apesar disso, o saldo foi positivo na análise mensal geral.
Entre os bens não duráveis, como supermercados, farmácias e cosméticos, a percepção atual do comércio caiu 8,4% em relação a julho de 2024, mesmo com recuperação no mês (+2,6%). O comércio de bens duráveis, por sua vez, liderou o avanço mensal (+3,3%) nas condições atuais, mas apresentou a maior retração anual nas expectativas (-5,8%).
Sobre o Icec
Produzido mensalmente pela CNC com base em entrevistas com cerca de seis mil empresas do varejo em todas as capitais brasileiras, o Icec é um indicador antecedente que avalia a percepção dos empresários sobre as condições atuais, expectativas para os próximos seis meses e intenções de investimento. Os resultados variam entre 0 e 200 pontos, sendo 100 o nível de neutralidade.
Fonte: CNC
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