Waldez Góes participou, em Pequim, de reunião de alto nível para estabelecer mecanismos de cooperação que reduzam riscos e perdas de desastres
Pequim (China) — O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e o Ministério da Gestão de Emergências da República Popular da China realizaram, nesta segunda-feira (11), a primeira reunião do Mecanismo de Diálogo Ministerial para fortalecer as relações bilaterais na prevenção aos riscos de desastres.
A reunião inaugural teve por objetivo dar início às iniciativas previstas no Memorando de Entendimento assinado em maio, em Brasília, pelo ministro Waldez Góes e o ministro de Gestão de Emergências da China, Wang Xiangxi. O acordo abriu caminho para debater a elaboração de um plano de ação conjunto, inspirado na experiência chinesa em prevenção e resposta a desastres, com foco no uso de inteligência artificial e outras tecnologias avançadas. Entre as iniciativas previstas no Memorando de Entendimento, os dois países visam promover intercâmbios e cooperação no campo de prevenção de desastres, mitigação, preparação, resposta, socorro, recuperação pós-desastre e resgate humanitário.
O ministro Waldez Góes ressaltou que a iniciativa representa um passo importante para fortalecer a cooperação entre Brasil e China, destacando a urgência em modernizar os sistemas brasileiros de monitoramento e resposta, com a incorporação de tecnologias de ponta. Segundo ele, ferramentas como mapas digitais, sistemas de alerta e modelos de previsão são áreas com grande potencial de cooperação bilateral. “Queremos aprender com a China e também compartilhar o que temos feito, buscando desenvolver soluções conjuntas que fortaleçam a resiliência de nossos países diante dos impactos das mudanças climáticas”, acrescentou Góes.
O ministro de Gestão de Emergências da China, Wang Xiangxi, classificou o atual momento das relações bilaterais como o melhor da história. Ele reforçou que a parceria em prevenção de desastres integra a agenda estratégica estabelecida entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, incluindo o estabelecimento de sinergias entre a Iniciativa do Cinturão e Rota e um modelo para o Sul Global e os principais países em desenvolvimento. “Isso vai iniciar o nosso planejamento para os próximos 50 anos de ouro do relacionamento China-Brasil. O Memorando de Entendimento entre os dois ministérios sobre a cooperação na gestão da emergência também foi incluído na lista dos resultados da reunião entre os dois chefes de Estado, o que determinou o nosso planejamento e orientação para as nossas futuras operações”, declarou Xiangxi.
O ministro de Gestão de Emergências da China apresentou dados expressivos sobre o investimento do país no setor — cerca de US$ 110 bilhões nos últimos anos —, aplicados em obras de contenção sísmica, reassentamento de populações afetadas, informatização e sistemas de alerta antecipado. A China também concluiu um levantamento nacional de riscos e formou um banco de dados com 1,7 bilhão de informações estratégicas para a prevenção e resposta a desastres.
Ao final da reunião, Brasil e China reafirmaram o compromisso de avançar na elaboração do plano de ação conjunto previsto no Memorando de Entendimentos. Com essa iniciativa, o governo brasileiro reforça seu compromisso com a segurança da população, o fortalecimento da resiliência frente às mudanças climáticas e a consolidação do País como protagonista nas articulações globais voltadas ao desenvolvimento sustentável e à redução das desigualdades regionais.
Gestão de desastres em recursos hídricos
No período da tarde, o ministro Waldez Góes participou de uma reunião com o Ministro de Recursos Hídricos Li Guoying para discutir o fortalecimento da cooperação estratégica em gestão de desastres em recursos hídricos.
O ministro Waldez Góes ressaltou que o Brasil, detentor de uma das maiores reservas de água doce do mundo e de grandes obras como a Transposição do São Francisco, enfrenta desafios crescentes na gestão hídrica devido às mudanças climáticas. Citou como exemplo as enchentes históricas no Rio Grande do Sul em 2023, que afetaram quase 3 milhões de pessoas, defendendo políticas públicas capazes de prevenir tanto a escassez quanto o excesso de água.
“Eu gostaria muito de avançar e aprender também em termos de prevenção, em gráficos, em termos de prevenção de escassez de recursos hídricos, de melhor uso deste potencial e principalmente consolidar a cooperação já existente entre o Brasil e a China”, reforçou o ministro da Integração.
O ministro de Recursos Hídricos da China, Li Guoying, apresentou as ações de seu país para enfrentar a distribuição desigual de água e eventos extremos, como sistemas modernos de controle de inundações, monitoramento hidrológico e tecnologias de gestão digital. Ele destacou investimentos bilionários que ampliaram o acesso à água e reduziram perdas humanas e econômicas, reforçando que a prioridade é a prevenção.
Fonte: gov.br/mdr/pt-br
Imagem: Internet
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